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Dia da Educação: a escola real e suas situações recorrentes

juliana6849

Na semana passada, recebi um contato de uma ex-aluna e, hoje, colega de trabalho que me pediu um conselho de como ela poderia continuar na educação, mas saindo da sala de aula. Com uma trajetória de muita dedicação, ela já listou áreas como pesquisa e gestão. Ou seja, ela conhece suas habilidades, sabe que a educação é o seu lugar e só precisa de uma tomada de decisão para continuar em outras frentes. 


No dia anterior, quando cheguei para fazer o quadro “Meu filho na escola”, o estúdio já estava repleto de alunos de uma escola municipal. Sempre fico feliz quando temos essas visitas. Conversando com as professoras, uma delas reforçou que um grande problema hoje na escola é a falta de ar condicionado. Isso mesmo. A falta de ar condicionado gera incômodo, mal-estar, moleza no corpo e, por óbvio, dispersa os alunos e exige ainda mais de pessoas que estão ali lutando para exercer seu papel profissional. 


Dois dias depois, discutia com um executivo de educação sobre os investimentos em tecnologias educacionais e a resistência à mudança de times de profissionais muito capacitados que poderiam fazer uso das ferramentas. Mas, não só o uso simplesmente. Trata-se da necessidade de analisar dados e discutir ações concretas de intervenção no planejamento para melhoria dos resultados dos alunos, já que há indicativos personalizados para isso. 


Ontem, no dia da educação, muitos posts circularam nas redes sociais e dos grupos de whatsapp. Alguns só com o lembrete: Dia da Educação. Outros, com frases-conceito, depoimentos, manifestos. Para terminar a noite, antes do toque da “musiquinha do Fantástico”, assistimos a mais uma reportagem sobre casos de bullying com a morte de uma criança de 13 anos. 


Esse é apenas um recorte pequeno do que acontece nas escolas de educação básica Brasil afora. De um lado, há uma luta pela condição de ter um ambiente climatizado. De outro, a preocupação em conscientizar profissionais das evoluções tecnológicas e como trazem melhorias. Só por aqui, já poderíamos travar um debate sobre as desigualdades que acontecem entre as instituições de ensino e que mantém distâncias abissais entre meninos e meninas.

A colega professora que fez contato comigo é alguém que nunca se conformou com distanciamentos, por isso luta pela inclusão, pela diversidade, pela equidade. Enquanto ela me procura  preocupada com sua profissionalização, fico na dúvida se há um desejo de ampliação de sua carreira ou se estamos diante de mais uma colega que está decepcionada com tudo que acontece na sala de aula. 


Olho para televisão, no horário nobre de domingo, vejo um menino chorando, uma família dilacerada por sua morte ainda sem a causa definitiva. Vejo uma menina que sofreu e que reproduziu o bullying que foi exposta na internet e hoje não quer ir para escola. Vejo exemplos de escolas omissas diante de um problema grave da intolerância, do desrespeito, da falta de programas efetivos de conscientização e a falta do mais básico: o trabalho intencional com atitudes desde os primeiros ciclos da educação infantil. 


Começamos a semana pensando nessa escola real. Na escola que parece perdida, que sofre com a carência de profissionais, bem como a estafa de quem está ali “matando vários leões” todos os dias. 


A escola explode um pouco todo dia e um professor, também esta semana, me disse: “Temos que lutar pela dignidade da categoria, por isso estou mais para a subversão proposta no poema “Só de sacanagem”, de Elisa Lucinda, e vou propiciar mais e melhor a possibilidade de construção de conhecimento”. 


Para produzir conhecimento, há tantas variáveis e tantas lutas que parece que precisamos decidir qual delas vamos escolher travar. 


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