Eu não sei vocês, mas eu tenho vivido momentos muito desafiadores e muitas pessoas com as quais eu me relaciono também. Para início de conversa, estamos passando por um momento em que nem queremos usar a palavra “difícil” e falamos que vivemos “desafios”.
Somos adultos buscando o melhor para si, para nossas famílias, filhos/as, estamos todos buscando. Mas parece que, de repente, estamos perdidos/as? Parece que o mundo está bem diferente.
As crianças são cada vez mais inteligentes. Porém, ora dependentes, ora precisando dos cuidados para tudo e o número de laudos aumentando. Os adolescentes concentrados nas telas, nos jogos, nas redes sociais Os jovens tentando viver de forma mais leve, mas com medo de fazer uma entrevista de emprego e levando seus pais. Os adultos querendo estar perto de adultos verdadeiros com quem possam conversar sem reservas, sem melindres. Os idosos mais fortes, com muita experiência e, muitas vezes, sem oportunidades de trabalho.
Eu vivi uma experiência muito desagradável e inusitada nos últimos dias. Além de muito frustrada, questionei o que as pessoas consideram como valores e como elas lidam com as pessoas.
Uma amiga me contou sua experiência quase idêntica à minha. De forma infantil ou não, saber que outra pessoa experimentou situações e sentimentos próximos, me deu um certo alívio, porque eu conheço sua trajetória e sei quem ela é.
Outra amiga, enquanto estávamos em um evento, comentou que nunca ouviu tantas pessoas com mais de 40 anos falando sobre o resgate de sua “criança interior”. Ou seja, estamos passando por tantos “desafios” que, na ciência ou nas terapias integrativas, estamos em busca de entendimento, de autoconhecimento para podermos identificar ou passarmos melhor pelas jornadas às quais nos submetemos (ou somos submetidos/as).
Nos ambientes corporativos, a proposta de liderança humanizada não pode ser “papo moderno”. Empatia, comunicação, transparência, segurança psicológica precisam ser uma realidade para que o cuidado com as pessoas promova ambientes sadios e favoráveis para o trabalho.
No dia a dia, a empatia, a compaixão, os esclarecimentos, a força vão trazer mais conforto para as relações e nos fazermos mais capazes de viver os dias, as situações, os momentos difíceis.
Pessoas precisam de pessoas. Uma mensagem perguntando se está tudo bem, um bilhete de carinho, um abraço físico (quem sabe virtual), o interesse genuíno pelas pessoas são formas de resgate de vidas e podem mudar o comportamento de uma sociedade.
Exercitemos nossa humanidade. Afinal, não sabemos o que nos reserva a próxima esquina.
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